JULGAMENTO DO GOLPE

Mauro Cid pede ao STF absolvição sumária na ação do golpe

Defesa busca livrar o tenente-coronel do processo antes do julgamento. A tendência, no entanto, é que o pedido seja rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes

Advogados de Mauro Cid afirmam que ele não pode ser punido porque era um
Advogados de Mauro Cid afirmam que ele não pode ser punido porque era um "simples porta-voz" do ex-presidente - (crédito: Reprodução)

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua absolvição sumária na ação penal do golpe. Ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro (2019-2022), Mauro Cid fechou acordo de delação premiada e colaborou com a Polícia Federal na investigação.

Ao pleitear a absolvição sumária, a defesa busca livrar o tenente-coronel do processo antes do julgamento. A tendência, no entanto, é que o pedido seja rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

O processo criminal foi instaurado no dia 11 de abril, após a publicação do acórdão da Primeira Turma do STF que recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), e não tem previsão para ser julgado.

A ação só estará pronta para julgamento após a chamada fase de instrução processual, quando são ouvidas testemunhas e podem ser produzidas novas provas.

O Código Penal permite a absolvição sumária - antes do fim do processo - quando o crime estiver prescrito ou quando houver excludentes de ilicitudes ou de culpabilidade.

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Os advogados Cézar Bitencourt, Vânia Bitencourt e Jair Alves Pereira, que representam o tenente-coronel, afirmam que Mauro Cid não pode ser punido porque era um "simples porta-voz" do ex-presidente. A defesa argumenta que suas atividades como ajudantes de ordens "estavam limitadas e vinculadas ao estrito cumprimento de seu dever funcional".

"Era a sua obrigação legal vinculada ao estrito cumprimento de seu ofício, e como tal, abrigada por uma excludente de ilicitude devidamente prevista no Código Penal", afirma a defesa.

Os advogados pedem ainda que a conduta do tenente-coronel seja avaliada "no contexto fático de suas próprias informações que foram prestadas em colaboração premiada e corroboradas pelas mensagens disponibilizadas em seu aparelho celular e computador particular".

A defesa também indicou nove testemunhas para serem ouvidas se a absolvição sumária for rejeitada. São militares de alta patente do Exército, alguns da ativa, que precisam de autorização dos superiores hierárquicos para prestar depoimento.

Veja a lista de testemunhas indicadas por Mauro Cid:

  • General Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;
  • General Júlio César de Arruda;
  • General de Divisão Flávio Alvarenga Filho;
  • General de Divisão João Batista Bezerra Leonel Filho;
  • General de Divisão Edson Diehl Ripoli;
  • Coronel Fernando Linhares Dreux;
  • Capitão Raphael Maciel Monteiro;
  • Capitão Adriano Alves Teperino;
  • Sargento Luís Marcos Dos Reis.

postado em 23/04/2025 22:11
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