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Allano sofre ataques racistas na web após ser alvo de preconceito racial na Série B

Allano foi novamente vítima de preconceito racial, dessa vez em episódio que teve origem após denúncia contra MIguelito

Allano foi novamente vítima de preconceito racial, dessa vez em episódio que teve origem após denúncia contra MIguelito -  (crédito: Foto: André Oito/OFEC)
Allano foi novamente vítima de preconceito racial, dessa vez em episódio que teve origem após denúncia contra MIguelito - (crédito: Foto: André Oito/OFEC)

O pesadelo para o atacante Allano, do Operário-PR, não terminou após denunciar Miguelito por racismo, durante o embate entre o time paranaense e o América Mineiro, pela sexta rodada da Série B. Afinal, o episódio desencadeou que o jogador do Fantasma fosse alvo novamente de preconceito racial. Contudo, dessa vez por parte de internautas.

Allano sofreu uma espécie de invasão em sua conta no Instagram e recebeu diversos comentários em sua postagem. Entre uma das mensagens, ele foi chamado de “mono” (macaco em espanhol). Além disso, houve registros com emojis de gorilas e macacos.

Deste modo, a impressão é que tal movimento foi de iradores de Miguelito, que sofre acusação de racismo contra o atacante do Operário. Outros usuários da rede social também demonstraram apoio e expõem que o jogador boliviano sofre injustiça pela denúncia, segundo a opinião deles.

Com isso, Allano precisou limitar os comentários apenas para pessoas que ele também segue no Instagram. Apesar disso, alguns internautas demonstraram insistência ao promover injúrias contra o atleta.

Allano denunciou a ofensa racial em campo

O meia Miguelito, do Coelho, acabou preso em flagrante após ser acusado de proferir injúrias raciais contra o atacante Allano durante a partida. No dia seguinte, ele foi liberado da delegacia após ar por uma audiência de custódia. Entretanto, o STJD lhe suspendeu preventivamente pela denúncia de injúria racial.

A denúncia partiu do próprio Allano, com testemunho do volante Jacy. Segundo depoimentos, a agressão verbal ocorreu aos 30 minutos do primeiro tempo, logo após uma disputa de bola e marcação de falta em favor do time paranaense.

O boliviano teria se dirigido a Allano com a expressão “preto do caral**” em meio a um desentendimento no lance, conforme relatos da vítima e do volante Jacy. Ambos prestaram depoimento e reforçaram a denúncia junto à Polícia Civil.

O árbitro Alisson Sidnei Furtado interrompeu a partida no momento da denúncia e cruzou os braços em forma de “X”. Ou seja, acionando o protocolo antirracista recém-implementado pela Fifa e CBF. A partida, então, ficou paralisada por cerca de 15 minutos antes de ser retomada sem aplicação de sanções imediatas a Miguelito. O atleta acabou substituído, por opção técnica, no intervalo.

Denúncia e pena

A Polícia Militar conduziu Miguelito, Allano e Jacy até a sede da 13ª Subdivisão Policial para colher depoimentos. Após ouvir os envolvidos, a Polícia Civil decretou a prisão em flagrante do jogador do América-MG, com base na Lei nº 7.716/1989 — que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. A pena para esse tipo de crime pode chegar a cinco anos de reclusão.

O delegado Gabriel Munhoz esclareceu posteriormente que os depoimentos colhidos continham informações suficientes para caracterizar o flagrante, ainda que as câmeras da transmissão não tenham registrado o momento da fala. A defesa do Operário, inclusive, solicitou novos registros aos canais de transmissão a fim de tentar obter imagens de outros ângulos, visto que ele aparece de costas nas primeiras, para comprovar o ocorrido.

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RJ
postado em 07/05/2025 18:16
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