
O Memorial dos Povos Indígenas recebe a exposição Território da Diversidade, que reúne objetos de sete povos indígenas e do próprio museu. Fruto de uma parceria entre o Memorial e a Aldeia Multiétnica, território da Chapada dos Veadeiros que, há 17 anos, realiza encontros entre povos indígenas e a sociedade não indígena, a mostra traz como proposta a promoção do diálogo sobre a sociodiversidade e defesa dos direitos das comunidades originárias.
Um conjunto de oito curadores indígenas selecionou as peças expostas para representar as culturas krahô, mebêngôkré, fulni-ô, mehinako, waurá, xavante, kariri-xocó, kamaiurá, yawalapiti e guarani mbya. "A exposição tem paineis educativos e a participação de 20 agentes de cultura indígenas que participam da política pública Pontão de cultura, cujo objetivo é mapear, fortalecer e promover os de pontos de cultura a políticas públicas públicas", explica Leonardo Porto, coordenador da exposição.
Os agentes culturais foram convidados a levar para a exposição uma frase de como gostariam de comunicar a causa indígena, o que estão fazendo e como pensam a questão dos povos originários na contemporaneidade. Nos painéis, as lutas ganham destaque e vários contextos são apresentados na tentativa de quebrar eventuais estereótipos.
Os objetos expostos fazem referência à vida diária nas aldeias, mas também aos momentos especiais. Há objetos cerimoniais usados em momentos de festas específicas, outros de uso cotidiano e adornos para celebrações. O artista Pigma Amarü, do Mato-Grosso, criou um inspirado na mitologia cosmogônica kamayura. Com grafismos desenhados na parede, ele reconta a história de Ekehuegu, a serpente de fogo que matou a Lua, irmã do Sol. Este último, depois de vencer a luta contra a cobra, traz de volta a irmã que, recomposta, a a significar a origem do homem.