Festival de Cannes

Enorme corrente de estreias e estrelas, com direito a Brasil, em Cannes

O sextou em Cannes já começou: Wagner Moura, Emma Stone e Pedro Pascal são os nomes da vez, nos filmes a serem mostrados até domingo. Na ressaca, um filme sobre Brigitte Bardot

Cena do documentário Bardot, atração de Cannes em 2025 -  (crédito: Timpel Picture/ Divulgação)
Cena do documentário Bardot, atração de Cannes em 2025 - (crédito: Timpel Picture/ Divulgação)

Um fim de semana de estreias, no Festival de Cannes, que, no domingo (18/5), atrairá os maiores olhares dos brasileiros, diante da exibição do filme do competidor pernambucano Kleber Mendonça Filho (O agente secreto), estrelado por Wagner Moura. No longa de mais de duas horas e meia, o protagonista é Marcelo, que objetiva ter o Nordeste como refúgio, depois de um ado misterioso, mas não tarda a perceber ser incapaz de ter paz. O longa tem as presenças de Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido e Udo Kier no elenco.

Hoje (16/5), na Quinzena dos Realizadores, o público mundial abrigado na França poderá conferir na programação uma experiência chamada a Fábrica Ceará, montada a partir de experiências em curtas de cineastas monitorados pelo experiente Karim Aïnouz (que disputou por duas vezes o prêmio central em Cannes, sendo a mais recente, por Motel Destino, 2024). Enquanto na mostra Um Certo Olhar (pontuada por experimentos arrojados), os olhos se voltam para The chronology of water, longa de estreia de Kristen Stewart, que trata de abusos, amontoados na literatura Lidia Yuknavitch, protagonista de um destino sabotado, ao tentar ser nadadora profissional. Já na competição oficial pela Palma de Ouro, a premiada atriz Hafsia Herzi faz a estreia com um filme (La petite dernière) sobre inconformada estudante universitária em busca de solidificar a identidade sexual, frente a preconceitos familiares e de tradição. No tapete vermelho, a comitiva do longa Eddington, de Ari Aster, chamou as lentes de todos os fotógrafos do evento. No elenco estão nomes como Emma Stone, Pedro Pascal, Joaquin Phoenix e Austin Butler.

Sebastián Lelio, o segundo diretor a trazer Oscar para o Chile, há sete anos, exibiu em première (e fora de competição), La ola, longa estrelado por Daniela López e que, prezando o musical, trata de discriminação de gênero e de casos de abusos dentro de uma universidade. No sábado (17/5) a competitiva oficial trará Renoir, fita nipônica de Hayakawa Chie, detida na vida de uma menina entrosada com a telepatia e que se vê algo abandonada na conjuntura familiar.

No domingo (17/5) para além do longa com Wagner Moura, estarão em exibição Nouvelle vague, o longa encenado de Richard Linklater, que divaga sobre a criação do clássico de Godard Acossado (1959), além dos filmes Die my love, de Lynne Ramsay, e, com a grife de Wes Anderson, The phoenician scheme.

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Um dos grandes momentos do evento de 2025, promete ser a exibição do documentário Bardot (de Alain Berliner), na segunda (19/5). Na fita franco-belga, a icônica Brigitte Bardot, uma ferrenha ativista que sempre defendeu a feminilidade e os animais, aos 90 anos, se desnuda em um documentário. Recolhida, ela, junto com figuras como Paul Watson, Claude Lelouch e Naomi Campbell, estará a postos na tela para tratar das consequências de sempre ser vista como musa e dona de ideias radicais (como exposta pela mídia). Junto com discussões sobre ecologia, a rara voz de Bardot se fará ouvida. O filme será projetado na Praia Macé, na Croisette, em frente ao Hotel Majestic.


postado em 16/05/2025 18:09
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