
Depois de uma agem pelo país com seu principal torneio, Rainbow Six Siege voltou ao Brasil com um campeonato novinho, agora no Rio de Janeiro. O RELOAD traz os melhores jogadores de eSports do R6 para um confronto ao vivo direto da Arena Carioca 1. Não só isso, mas o evento vai trazer o primeiro contato dos jogadores com a nova edição de R6, o Siege X, uma grande atualização que promete mudar muito a jogabilidade do jogo de tiro tático, sendo apresentado na mão de grandes astros da modalidade.
O Correio conversou com o diretor Leandro “Montoya” Estevam, responsável pela área de eSports Ubisoft na América Latina, sobre o novo campeonato, as expectativas quanto a recepção dos cariocas, a experiência dos jogadores de eSports com o Siege X e muito mais.
Por que levar o RELOAD para o Rio de Janeiro?
“A gente sempre tem uma pressão do headquarters de fazer os eventos aqui no Brasil no Rio de Janeiro. É o cartão postal do Brasil e às vezes para time nosso da Ubisoft Global fazer um evento em São Paulo seria mais ou menos como se nós aqui do Brasil fossemos fazer um evento na França, em vez de fazer em Paris, fizesse em, sei lá, em Lyon, em Marseille, em qualquer outra cidade da França. Então, existe sempre essa vontade de fazer no cartão postal do país, os eventos internacionais.
A gente já tinha feito essa ida em São Paulo, então era inevitável a escolha pelo Rio de Janeiro. (…) O Rio de Janeiro é a segunda maior comunidade, então a gente tá muito confortável de vir para cá. A cidade é linda, é o cartão postal do Brasil e também recebemos um incentivo da prefeitura do Rio de Janeiro para trazer o evento para cá. A prefeitura tem investido com consistência, energia, tempo, para trazer eventos de eSports aqui para o Rio, então para gente foi uma soma desses dois fatores.”
Como foi para jogadores profissionais se adaptarem ao Siege X para usar o que eles aprenderam dessa nova versão no campeonato?
“Embora essa nova versão tenha um modo de jogo novo e específico da do Siege X, não é o modo de jogo novo que os jogadores vão competir. Eles vão competir no modo de jogo tradicional, que é aquele já consolidado com o eSports. E eles receberam uma versão do jogo com antecedência. Agora eu não lembro com quantos dias, mas já faz bastante tempo que eles têm essa versão específica. É uma build específica feita para os pro players praticarem pro campeonato. Eles tiveram tempo de se adaptar aos gráficos novos, a alguma outra interface que seja um pouco, que é um pouco diferente da anterior. As novas features do mapa, né? Agora, se você acertar o extintor de incêndio, ele se comporta mais ou menos como uma smoke. Se você acerta a parte da fiação, ele se comporta como aqueles gadgets de eletrônicos.
A gente também tá usando essa oportunidade com os pro players para dar dados específicos (…) estamos aproveitando a oportunidade para coletar os dados dos pro player do quanto ele consegue segurar o recuo da arma para alimentar as nossas ferramentas de anti trapaça. Então, se um proplayer consegue compensar um recuo nessa quantidade ou nessa qualidade, nós identificamos dentro do jogo uma compensação de recuo ainda maior, potencialmente esse jogador tá usando algum tipo de trapaça. Além de os jogadores terem o antecipado, poderem mostrar para o público a primeira versão publicamente assim do Siege X sendo usado”.
Quais são as principais diferenças entre o RELOAD e os campeonatos tradicionais de R6?
"A comunidade também fez bastante pergunta a respeito do novo formato. A gente (criou) esse evento RELOAD, ele tem a característica de lançar o Siege X e abrir a nova temporada de Rainbow Six Siege que começa agora em junho. Então todas as competições vão ser no novo jogo e esse evento está abrindo a temporada competitiva e apresentando o jogo. Então ele nos deu uma liberdade criativa de poder experimentar um novo formato para a comunidade e para nós também de ver como os jogadores se comportam, tentando trazer mais entretenimento para a competição. A principal diferença foi o formato da competição do RELOAD com os antigos Majors e o Six Invitational, é de que as organizações, os times, eles podem dizer quantos pontos eles vão colocar na partida. E se eles vencem a partida, eles recebem esses pontos em dobro. Então, dessa maneira, ele vira uma espécie de tática extra. Você primeiro tem que ganhar no jogo, claro, isso não muda, mas você também precisa estar atento quantos pontos, que a gente chama, quantas balas você tem no seu pente e a partir daí você fazer mais ou menos pontos. Então, cada partida vale pontos de acordo com o quanto você investiu naquela partida.
Outra diferença é que você pode escolher o seu adversário, enquanto nas competições anteriores, os adversários são escolhidos conforme a pontuação apenas. Também você tem algumas cartas especiais, por exemplo, uma carta muito divertida é a Chicken Card, ou a Carta do Frango, que se alguém te escolhe, você pode fugir do confronto, e aí, não perder os seus pontos naquele confronto e ter a chance de jogar contra uma outra equipe que você acredita que esteja mais fraca. Essas são as principais diferenças. O formato é para ser mais divertido.
A verdade aqui essa fase diferente só até a qualificatória para as finais. As finais lá no palco, no evento efetivamente, tá valendo para as competições de sábado até quarta-feira. Então, vale por cinco dias de competições. Para as finais, que são os outros três dias, o formato é o tradicional. Aí é um é o pega para capar mesmo e quem ganhou, quem perder, perdeu. Não vai ter mais ponto, não tem mais nada”.
A comunidade brasileira de R6 é muito grande, mas você acredita que do outro lado, o Siege também gera uma curiosidade para as pessoas se tornarem pro players do jogo?
“A nossa operação de eSports é para trazer visibilidade para o jogo, para atrair novos jogadores. Não é segredo de que a gente faz os eSports para fomentar a comunidade, para atrair mais jogadores para o Siege. Para facilitar ainda mais esse processo, a gente vem estruturando já desde vários anos e esse também é um motivo que o Brasil se destaca na competição, as competições de base, as competições de comunidade.
Nessas competições, você pode ser uma pessoa que tem um trabalho normal, ou você estuda, e você se arrisca com os seus amigos, bolam as táticas e participam de campeonatos sempre gratuitos para participação, da comunidade que já oferecem um pequeno prêmio, te dão visibilidade e te permitem provar um pouco do que é jogar o Siege competitivamente. O fato do jogo ser também muito estratégico, muito tático, atrai um perfil de jogador, isso a gente já identificou nas nossas pesquisas, que (O jogador de R6) gosta de jogar sério, que gosta de se destacar, que gosta de fazer uma jogada que ele vai lembrar depois por muito tempo. Então a gente fomenta, sim, as competições de base. Esse ano a gente fomentou ainda mais. A gente duplicou os nossos objetivos de campeonatos de comunidade para esse ano. É para o ano que vem deve dobrar de novo. Então vamos investir bastante nos campeonatos de base para fomentar novos jogadores, tanto aqueles que querem jogar sério, mas não tem pretensão de virar um pro player”.
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Para quem não conhece o mundo dos eSports, qual a importância de participar de um evento como RELOAD?
“Se você tem a oportunidade de ir numa arena de eSports com seu filho que gosta de videogames e de repente você ainda tem uma resistência a entender o quanto isso pode ser enriquecedor para a vida dele, uma oportunidade de ir em um evento de esportes, seja do Rainbow Six Siege, seja de um outro game. Porque você vai ver que existe uma comunidade ativa com conexões sociais verdadeiras em torno desse mesmo interesse que é aquele game. Então, essa é uma mensagem muito importante entender que se o seu filho está se dedicando a um videogame e esse videogame oferece competições, você pode ter vários benefícios do seu filho se engajando nessas competições, porque ele vai ter que lidar com situações de liderança, situações de vencer ou perder, situações de pressão de grupo, situações de pressão durante a partida e ele vai fazer parte de uma comunidade.
Então, é importante essa impressão que os pais tem uma chance e se tem a chance de conhecer um pouco mais desse universo. E segundo, a curtição, né? Vai ter lá bateria, farra, e uma torcida brasileira na Fórmula 1, no futebol, no eSports, no vôlei, até no salto de vara que teve lá nas Olimpíadas, é uma situação apaixonada, eles vão torcer contra os adversários dos outros países e vão ser vibrantes com o Brasil. Então é muito legal perceber isso, você vai curtir, sentir uma energia diferente realmente”.
O fim desta quinta-feira (15/5) trouxe a confirmação de três times brasileiros na reta final do campeonato, FURIA, LOUD e W7M avançam para a fase decisiva da primeira edição do torneio mundial, que será disputada presencialmente, com um prêmio valendo quase 3 milhões de reais. Os ingressos ainda estão disponíveis para assistir os confrontos de pertinho, você pode encontrá-los, através do link. O evento aguarda 2.200 presencialmente na Arena Carioca 1, sendo a primeira vez que os jogadores poderão ver o Siege X em ação, que estreia oficialmente em 10 junho deste ano.