
Crítica // Sempre garotas ★★★
A exemplo do celebrado filme de Payal Kapadya, Tudo que imaginamos como luz, o primeiro filme de Shuchi Talati vem apoiado por situações em que sexo e desejo ficam em primeiro plano, sob a ótica feminina. De dentro de internato às margens da cordilheira do Himalaia, projeta-se o destino da protagonista: a jovem e influente Mira (Preeti Panigrahi), afirmada como uma estudante de ponta e que ganha o respaldo de assumir, perante a inflexível diretoria da escola, a monitoria geral; desbancando os rapazes.
Exibido em festivais como os de Sundance, Berlim, Gotemburgo (Suécia) e Mumbai, o filme ganhou prêmios como o de público e ainda uma menção para a atriz, em Sundance (Utah, Estados Unidos). Com uma narrativa em velocidade ínfima, traços de exploração da sexualidade na juventude ganham corpo com a presença na classe de Mira do distinto filho de diplomata, interpretado por Kesav Binoy Kiron, Sri. Vista como inconveniente pela filha, Anila (Kani Kusruti) completa o círculo de maior confiança da jovem estudante.
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Sem gritantes conflitos iniciais, comadamente, o drama se formata, ainda que com discrição. Para além da cumplicidade entre Mira e Anila, a fita aponta a manipulação — bastante hipócrita — de valores favoráveis às mulheres. Tudo fica bem, contato que acolham (e perpetuem) a realidade de princípios coercitivos. Sem particularizar os traços dos adolescentes ligados à rede machista, a diretora deixa ainda mais eficiente o caráter de denúncia à submissão.
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