CINEMA

Talento em cartaz: Jesuíta Barbosa brilha como Ney Matogrosso, na telona

Filme de Esmir Filho retrata toda a vida de Ney Matogrosso, ando por infância, vida ainda sem a música e a revelação de seu dom

Jesuíta Barbosa como Ney Matogrosso em Homem com H, nos cinemas  -  (crédito: Marina Vancini/ Divulgação )
Jesuíta Barbosa como Ney Matogrosso em Homem com H, nos cinemas - (crédito: Marina Vancini/ Divulgação )

Crítica // Homem com H ★★★★★

Não é uma tarefa fácil ar em duas horas a história de um dos grandes artistas do Brasil. Com Homem com H, que estreou nesta quinta-feira, o diretor Esmir Filho busca retratar toda a vida de Ney Matogrosso ando pela infância, vida antes da música, amores e mostrando seu dom nas telas de cinema. O que parece ser muito difícil aparenta não ter dado muito trabalho já que o filme é uma linda representação da grandeza de Ney Matogrosso. 

Emblemático, sensual e contra qualquer tipo de autoridade, Ney Matogrosso é específico e requer um ator que se entregue à estranheza e beleza do músico. Jesuíta Barbosa se joga no papel e prova seu grandíssimo talento. O ator domina os jeitos de Ney e as apresentações musicais nem parecem dublagens com a interpretação de Jesuíta. Com devoção total ao grande papel, Jesuíta Barbosa brilha intensamente em Homem com H

O filme a por toda a trajetória do artista e adentra várias facetas da sua vida pessoal. Com participação de Ney Matogrosso na construção do projeto, Homem com H carrega uma emoção do início ao fim, especialmente quando se concentra na relação de Ney com a família. Além da família, o longa aborda grandes amores da vida do artista como Cazuza e Marco de Maria. 

Cazuza, interpretado por Jullio Reis, aparece em Homem com H de forma diferente do que se espera. Conhecido por ser revolucionário e explosivo, Cazuza ganha seu espaço no longa com doçura e carinho, ando para o público como Ney Matogrosso enxergava o cantor. A escolha de mostrar o Cazuza pelos olhos de Ney acrescenta muito à história. 

Marco de Maria (Bruno Montaleone) tem bastante foco na história e divide diversos momentos com Ney Matogrosso na tela, até seus últimos momentos. A forma como o diretor retrata a Aids também é um destaque do filme, já que retrata o final da vida de Marco de Maria com muito amor e afeto em volta do personagem, sem a necessidade de focar na fraqueza do corpo. 

A música aparece no filme para ilustrar os momentos que Ney está vivendo na tela, trazendo ainda mais importância narrativa cada vez que o músico sobe no palco. As performances são muito bem recriadas, principalmente no figurino e na maquiagem, e preenchem o filme perfeitamente. Sangue Latino, Rosa de Hiroshima, Homem de Neanderthal e Pro dia nascer feliz são algumas das músicas que compõem o filme.

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Nenhuma das cenas do filme é descartável, cada frame adiciona na história, inclusive as diversas cenas que representam a sexualidade do personagem. Homem com H é uma grande homenagem e evidencia ainda mais a grandeza do artista. O filme é uma belíssima representação de um ícone nacional. Que sorte do Brasil de ter Ney Matogrosso.

Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

 

 

 

postado em 02/05/2025 10:02
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