
A icônica cantora e compositora Stevie Nicks está oficialmente de volta aos estúdios. Em uma revelação emocionante durante sua introdução ao Hall da Fama da Pollstar na última quarta-feira (16), a estrela do Fleetwood Mac confirmou que está trabalhando em um novo álbum solo — seu primeiro desde In Your Dreams, lançado em 2011.
“Na verdade, estou gravando um disco agora”, disse Nicks ao subir ao palco, surpreendendo os fãs e convidados presentes. Com a elegância e a sinceridade que marcam sua carreira, ela revelou que a inspiração surgiu de forma inesperada durante um período difícil.
Desalojada por conta dos incêndios florestais que atingiram Los Angeles no início do ano, Nicks ou 92 dias hospedada em um hotel. Foi nesse período de reclusão e introspecção que a ideia do novo projeto começou a tomar forma. “Em determinado momento, pensei: ‘Parece que estou em turnê, mas sem os shows. Só eu aqui, sozinha. Está na hora de voltar ao trabalho’. E então voltei”, contou.
Ela se refere ao projeto como seu “disco fantasma”, uma alusão ao modo quase místico como as músicas começaram a surgir. Até o momento, sete faixas já estão compostas, e segundo Nicks, elas representam uma guinada mais pessoal em sua trajetória musical. “São histórias reais, minhas memórias, meus sentimentos. Pela primeira vez, não estou me escondendo atrás de metáforas etéreas. Estou falando sobre homens incríveis que conheci, sobre momentos marcantes da minha vida.”
O produtor musical Jimmy Iovine, amigo de longa data da artista, foi o responsável por introduzi-la na cerimônia. A iração entre os dois é notável, e Iovine destacou o papel essencial de Nicks não apenas na história da música, mas como inspiração para gerações de artistas.
Além das gravações em estúdio, Stevie também se prepara para uma nova turnê solo, com datas marcadas entre agosto e outubro deste ano. O roteiro inclui apresentações em grandes cidades como Boston, Toronto, Tampa, Phoenix e Las Vegas. Ela também continuará dividindo os palcos com o lendário Billy Joel em apresentações conjuntas em estádios pelo país.
O novo álbum surge poucos meses após o lançamento de “The Lighthouse”, canção potente e emotiva que aborda temas de empoderamento feminino — uma resposta artística à revogação da histórica decisão Roe v. Wade pela Suprema Corte dos EUA.
Qual a inspiração de Stevie Nicks para ‘The Lighthouse’
Stevie Nicks, vocalista do Fleetwood Mac, voltou aos holofotes com o lançamento de seu novo single, The Lighthouse. A canção, carregada de simbolismo, é um grito de guerra em apoio à luta pelos direitos das mulheres, com foco na saúde reprodutiva, especialmente após a revogação de Roe v. Wade em 2022, que retirou o direito constitucional ao aborto nos Estados Unidos.
Na faixa, Nicks canta versos poderosos como “Eles vão tirar sua alma, tirar seu poder / A menos que você se levante, tome de volta”. Esses trechos refletem seu desejo de inspirar as mulheres a retomarem o controle de seus corpos e lutarem pelos seus direitos. A canção começa de forma melódica, mas logo se transforma em um rock explosivo, reforçando a urgência da mensagem.
Em um videoclipe lançado simultaneamente, Nicks aparece dentro de um farol real, com vistas para mares tempestuosos, uma metáfora para a turbulência enfrentada pelas mulheres americanas. As cenas também incluem imagens de marchas pelos direitos das mulheres, reforçando a conexão entre a música e o ativismo social.
Nicks revelou que escreveu The Lighthouse pouco após a decisão da Suprema Corte dos EUA de reverter Roe v. Wade. A cantora explicou que, ao assistir a uma reportagem sobre as implicações dessa decisão, sentiu-se compelida a transformar sua frustração em arte.
“Eu sempre disse a mim mesma: ‘Esta pode ser a coisa mais importante que já fiz’”, afirmou a artista, destacando seu compromisso em defender as mulheres e suas futuras gerações.
Este não é o primeiro trabalho de Nicks com foco em questões sociais. Em 2020, a artista lançou Show Them the Way, inspirado no movimento pelos direitos civis, e em 2022, fez um cover de For What It’s Worth, que se tornou um símbolo do movimento anti-guerra durante a Guerra do Vietnã.