
Hoje, no Bar Beirute, as crianças podem se divertir com o lançamento do livro Nem sabe escrever Brazsilia. O projeto editorial de Marco Miranda combina a escrita de Nicolas Behr e as ilustrações de Cacá Soares para narrar as histórias que cercam a capital brasileira sob o olhar atento e cheio de humor de uma criança. O evento começa às 16h.
"[O livro] nasceu da ideia de reunir falas interessantes sobre Brasília que meus filhos pequenos diziam", explica o autor. Com complementos e adaptações, Behr capta a cidade por meio de um olhar espontâneo, no qual as observações fluem com mais naturalidade, sem 'filtros' de adultos. "Toda criança é poeta, e perde essa sensibilidade infantil na medida em que cresce. O trabalho foi de resgatar esse olhar 'puro', digamos assim, sobre a cidade, mas com ironia e humor".
Radicado em Brasília, Nicolas Behr usa a capital como musa inspiradora das obras que escreve. "Brasília é a eterna capital da esperança e cada um que aqui chega ou vive tem a Brasília sonhada, imaginária", diz. Neste livro, o escritor desmistifica a cidade e o formato concreto que intimida visitantes, com outras referências que cercam o dia a dia dos brasilienses. "[Brasília] é uma cidade muito estigmatizada, por ser o centro do poder. Mas, existe uma outra Brasília, onde podemos sonhar e viajar", complementa Nicolas.
O ilustrador Cacá Soares também conta um pouco da experiência de trabalhar na criação de Nem sabe escrever Brazsilia. "Um desafio, Nicolas representa uma cidade! E a poesia não precisa de imagem, mas aos poucos fui sendo absorvido pela poesia, aí o traço foi surgindo", explica. O maior desafio de Soares durante o processo foi dar sentido ao poema, sem se apoiar no sentido literal das palavras: "Imagem e texto devem conversar. No caso da poesia, você tem que abstrair do real, procurar viajar as palavras".
Para ambos, o trabalho é uma reconexão com a infância. "A minha inspiração foi a criança que vive dentro de mim, e de cada adulto. Resgatar essas lições de infância, e aprendê-las com outro olhar", diz o autor. Cacá revisita as memórias e apresenta uma nova cidade para os mais novos. "Memorizei a cidade infantil que tinha na minha cabeça. Procurei representar a Brasília que conheci, para uma geração que conhece outra cidade", garante o ilustrador.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco