
O jornalismo brasiliense e nacional perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas nesta quinta-feira (22/5). Manoel Vilela de Magalhães, jornalista pioneiro que cobriu a inauguração de Brasília e fixou residência na nova capital, faleceu aos 94 anos. Ele estava internado há quase um mês no Hospital Sírio-Libanês de Brasília e não resistiu a complicações decorrentes de uma pneumonia, vindo a óbito por volta das 12h.
Vilela, como era conhecido, chegou a Brasília em abril de 1960, integrando a equipe de jornalistas de O Estado de S.Paulo destacada para cobrir a histórica cerimônia de inauguração da capital federal. Desde então, ele construiu sua vida e carreira na cidade. Nascido no norte do Paraná, Manoel Vilela formou-se em direito pela Universidade Federal de Curitiba. Sua paixão pelo jornalismo o levou a colaborar com o Estadão com notas para o jornal, até ser convidado a integrar a redação em São Paulo, em 1958.
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Em Brasília, Vilela desempenhou um papel fundamental no Estadão, atuando por anos como secretário da Sucursal. Em diversos períodos, ele também foi responsável pela cobertura do Palácio do Planalto e de ministérios, acompanhando de perto os primeiros os da istração federal na nova capital.
Sua contribuição para a educação e formação de novos talentos também é notável. Logo após a inauguração da Universidade de Brasília (UnB), Manoel Vilela se tornou professor de jornalismo, deixando um legado inestimável ao contribuir para a formação de dezenas de profissionais que hoje atuam em Brasília e em outras cidades do país.
A carreira de Vilela se estendeu para o serviço público, onde ingressou no Senado Federal. Ali, chefiou a Secretaria de Imprensa por vários anos e, posteriormente, ascendeu ao cargo de Diretor Geral da Casa, função na qual se aposentou. Mesmo após a aposentadoria, ele continuou ativo, aceitando o convite do ministro Romildo Bueno de Souza para chefiar a Assessoria de Imprensa durante a gestão do magistrado como Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
Após o término do mandato do ministro, Vilela ainda integrou as assessorias dos senadores lino Pereira e Arthur Virgílio, encerrando definitivamente sua longa e produtiva atividade jornalística ao final do mandato deste último. Nos anos finais, ele dedicou-se a uma paixão antiga: o ensino. Chegou a criar uma escola de língua inglesa em Balneário Camboriú, posteriormente vendida, e também foi autor de livros sobre jornalismo.
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