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"A gente não quer privilégio. O que nós queremos é igualdade", diz Celina Leão

Com 11 feminicídios em 2025, DF reforça rede de proteção a mulheres. No CB.Poder, a vice-governadora do DF, Celina Leão, defende tripé para combater a violência contra as mulheres e as mortes delas: denúncia, apoio e educação

Celina Leão, vice-governadora do DF, é a entrevistada do CB.Poder Especial. -  (crédito:  Guilherme Felix CB/DA Press)
Celina Leão, vice-governadora do DF, é a entrevistada do CB.Poder Especial. - (crédito: Guilherme Felix CB/DA Press)

Por Nathália Queiroz

Com 11 casos de feminicídio registrados até maio, o Distrito Federal enfrenta uma escalada desse crime. Em menos de 24 horas, duas mulheres foram mortas no último final de semana. Diante do cenário, a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), defendeu medidas de enfrentamento à violência de gênero durante entrevista ao programa CB.Poder Especial — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quinta-feira (22/5). Ao lado dos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Mila Ferreira, ela destacou que, apesar dos esforços do Estado, a informação continua sendo uma das principais ferramentas de prevenção.

A vice-governadora classificou o delito como um crime de gênero que, em muitos casos, ocorre no ambiente doméstico. Ela alertou ainda para a escalada de violências, como a psicológica, que podem anteceder um desfecho mais grave.

“Ele (feminicídio) acontece, às vezes, dentro de quatro paredes, por mais que o Estado tenha ações efetivas, ele não consegue alcançar os lares. O que que alcança uma família? Informação, uma rede de cuidado, pessoas que têm informação sobre os crimes que antecedem o feminicídio, porque muitos crimes antecedem o feminicídio. É uma escala”, ressaltou Celina.

Para enfrentar o problema, a progressista defendeu a criação de um “tripé” de medidas. O primeiro ponto é o registro da denúncia, que permite à vítima o o à rede de proteção, como o aplicativo Viva Flor e o programa de auxílio-aluguel — este último voltado para mulheres que precisam deixar o local de agressão. 

Os outros dois pilares do tripé envolvem o desafio do retorno da mulher ao convívio com o agressor e a urgência de envolver toda a sociedade, especialmente os homens, no combate à violência de gênero. “[...] a gente não quer privilégio. O que nós queremos é igualdade. Quando eu falo igualdade é eu não apanhar pelo simples fato de ser mulher, eu não morrer pelo simples fato de ter nascido mulher”, afirma Celina.

Ela também destacou a inauguração das quatro unidades da Casa da Mulher Brasileira, em 2025. Segundo Celina, novas unidades foram inauguradas em regiões estratégicas, sendo duas na região norte e mais duas na região sul.

postado em 22/05/2025 17:29 / atualizado em 22/05/2025 17:57
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