
Por Mariana Saraiva, Marcelo Thompson* e Leonardo Rodrigues* — O comércio do Distrito Federal está otimista com o aumento das vendas para o Dia das Mães, celebrado no próximo domingo. A data, considerada a segunda mais importante para o varejo, deve movimentar shoppings, centros comerciais e lojas de rua na capital. Empresários apostam em promoções e facilidades de pagamento para atrair consumidores e superar os resultados do ano ado.
De acordo com pesquisa do Instituto Fecomércio-DF, a projeção é de um crescimento médio de 27,3% nas vendas em 2025. Entre os lojistas, 80% acreditam que o desempenho será melhor do que no ano anterior, o maior índice de confiança dos últimos cinco anos.
Alguns consumidores, inclusive, se anteciparam. O vendedor Vinícius Luiz, 24 anos, conta que presenteou a mãe com um celular antes da data. “A tendência é de o preço aumentar, mas como comprei o aparelho de forma antecipada, não tive esse problema”, destacou.
A intenção de compra também aumentou entre os consumidores. Segundo a pesquisa, 83% pretendem presentear neste Dia das Mães, número superior aos 79% registrados em 2024. O valor médio por presente deve ficar próximo a R$ 245,74, com pouca variação em relação ao ano anterior.
Para o presidente da Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, o Dia das Mães é uma das datas mais fortes do varejo local. “A confiança dos empresários atingiu o maior patamar em cinco anos, o que reforça nossa expectativa de movimentar diversos setores, com destaque para cosméticos, roupas e calçados. Além disso, o otimismo de comerciantes e consumidores indica um poder de compra elevado e uma economia local aquecida”, afirmou.
O estudante Yusef Medeiros Vanik, 22, vai presentear a mãe com uma cesta de doces, mesmo a distância. “Ela está em outro estado, mas tenho familiares por lá. Venho planejando isso há algum tempo, porque ela vai ficar um mês fora daqui”, contou. “O preço de tudo aumentou. Este ano optei pela cesta. Pensei em economizar, mas mesmo assim está difícil”, completou.
Entre os 17% que não pretendem comprar presentes, os principais motivos são a ausência de alguém para presentear (38,5%), dificuldades financeiras (19,2%), desemprego (17,3%) e outras prioridades de gastos (11,5%).
Maria Vitória Gomes de Lima, 20, vendedora em uma loja de joias, não decidiu o que dará à mãe. Como só vai reencontrá-la em julho, no Ceará, ela pretende escolher algo com mais calma. “Ela gosta de ganhar calçados e bolsas, mas ainda não sei como vou presenteá-la. Até julho vou pensar em alguma lembrança”, disse.
Entre os itens preferidos para presentear, os mais citados foram cosméticos e perfumes (27,6%), roupas e órios (19,9%) e calçados (11,2%). A maioria das compras deve ocorrer em lojas de shopping (36,5%) e em estabelecimentos de rua ou bairro (32,7%).
O motoboy Hendrix Rodrigo Oliveira, 20, escolheu como presentes um buquê de flores e um colar de prata. “Minha mãe sempre gostou de correntes. Desde criança ela me dizia que gostava de prata. Já o buquê é especial porque nunca dei flores para ela. Acho simbólico”, ressaltou. “Com o tempo, a gente percebe que a mãe não vai estar aqui para sempre. Quando você é mais novo não pensa nisso, mas depois a a entender a importância desses momentos.”
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Movimentação
A pesquisa indica que o comércio deve registrar maior movimento aos fins de semana, especialmente aos sábados, mencionados por 37,3% dos entrevistados. Quanto ao horário das compras, 49,2% planejam ir às lojas à tarde, 26,7% pela manhã e 24,1%, à noite. Para evitar aglomerações, a executiva de vendas Ana Carolina, 30, optou por antecipar a compra. “Já entreguei meu presente. Dei um sapato para minha mãe usar no domingo”, contou.
Em relação às formas de pagamento, o cartão de crédito será o mais utilizado, com 45,5% das preferências. Em seguida vêm Pix ou transferência (29,3%), cartão de débito (15%) e dinheiro (10,2%). Para os lojistas, o crédito também lidera, sendo apontado por 77,8% como principal forma de pagamento esperada.
Preços e estratégias
Quanto aos preços, 80% dos empresários afirmam que pretendem mantê-los inalterados. Outros 18,9% preveem aumento, motivado principalmente pelos custos de fornecedores (52,9%), alta de impostos (14,7%) e reajustes anuais (14,7%). O assistente istrativo Johan Pereira, 27, comenta a percepção de alta generalizada nos preços. “Estava procurando um presente ideal pela internet, mas os preços estão subindo há um bom tempo. Não é só por causa do Dia das Mães, tudo está mais caro”, observou.
Com a proximidade da data, 67,8% dos comerciantes investiram na reposição de produtos. Outros 31,7% mantiveram os estoques regulares e apenas 0,5% reduziram. A maioria dos lojistas (84,5%) pretende adotar estratégias para impulsionar as vendas. Entre as mais citadas estão: diversidade de produtos (19,8%), promoções (18,7%), propagandas (11,2%), vitrines temáticas (10,3%) e atendimento especializado (9,1%).
Isadora Barlot, gerente comercial do Conjunto Nacional, disse que as expectativas de vendas para o Dia das Mães deste ano são bastante positivas no shopping. "Seguimos a tendência da Região Centro-Oeste, que, junto com o Nordeste, apresenta uma estimativa de crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2024. Essa é uma das maiores altas regionais, o que nos deixa confiantes no desempenho durante essa data tão significativa para o varejo", afirmou a gerente, destacando que segmentos como perfumaria, com previsão de crescimento de 11%, e vestuário e alimentação — ambos com 9% — devem puxar esse bom resultado.