CB.AGRO

Pesquisadora fala sobre valores nutricionais da castanha do Cerrado

Ao CB Agro, Helenice Gonçalves disse que, com o aumento no consumo de proteínas, o baru é uma alternativa nutritiva

 07/03/2025. Guilherme Felix CB/DA Press.  Helenice Gonçalves, pesquisadora da Embrapa Cerrados, é a entrevistada do CB.Agro de hoje 

Na bancada: Sibele Negromonte e Mila Ferreira
     -  (crédito:  Guilherme Felix CB/DA Press)
07/03/2025. Guilherme Felix CB/DA Press. Helenice Gonçalves, pesquisadora da Embrapa Cerrados, é a entrevistada do CB.Agro de hoje Na bancada: Sibele Negromonte e Mila Ferreira - (crédito: Guilherme Felix CB/DA Press)

Os benefícios do baru, conhecido como castanha do Cerrado, foram tema do CB. Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasíliade hoje(7/3), que teve como convidada, a doutora em agronomia e pesquisadora da Embrapa Cerrados, Helenice Gonçalves. Às jornalistas Carmen Souza e Mila Ferreira, ela destacou o trabalho para popularizar a castanha de Baru.

A pesquisadora da Embrapa Cerrados explicou que o baru é uma árvore da família das leguminosas, ou fabáceas, como classificam os botânicos. “Muitas pessoas a confundem com uma palmeira e chamam o fruto de "coquinho", mas pertence à mesma família do feijão e da soja”, completou. 

Helenice Gonçalves salientou que, assim como existem a castanha-do-pará e a castanha-de-caju, o baru é conhecido como a castanha do Cerrado, sendo extremamente rico em proteínas. “Com o aumento do número de pessoas que consomem muita proteína, o baru tem se tornado uma alternativa nutritiva”, esclareceu.

“O fruto é totalmente aproveitável, sendo a castanha a parte mais consumida, mas a polpa também vem sendo estudada e utilizada em alimentos como bolos, farinhas e até macarrão”, explica Helenice. De acordo com ela, já há municípios, como Alto Paraíso de Goiás e alguns no Tocantins, que incluíram o baru na alimentação escolar. 

Cultivo 

Ela sinaliza que, atualmente, praticamente 100% dos frutos de baru são oriundos do extrativismo, e que as comunidades extrativistas fazem essa exploração de forma sustentável, com apoio de cooperativas e associações. ”Para quem deseja investir no plantio, as pesquisas das universidades e instituições como a Embrapa indicam o cultivo consorciado, ou seja, combinado com outras culturas, evitando o monocultivo. Exemplos disso são os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que garantem maior equilíbrio ambiental e produtividade”, explicou.

A pesquisadora destacou que na Embrapa Cerrados há um plantio onde o baru é cultivado junto com café, feijão, mandioca e até abacaxi, permitindo que o produtor tenha renda enquanto o baru, que é uma espécie perene (árvore que se mantém produtiva por muitos anos), ainda não produz. “Como o ciclo produtivo do baru é longo, estamos desenvolvendo técnicas como clonagem, alporquia e enxertia para encurtar esse tempo, seguindo o modelo já aplicado ao pequi. Isso permitirá que os produtores obtenham retorno financeiro mais rápido e fortaleçam a produção do baru de forma sustentável”, ressaltou.

O GT do Baru é um grupo composto por algumas organizações não-governamentais, instituições de pesquisas, associações, cooperativas, universidades e instituições público-privadas, entre elas:  Cooperativa Copabase, Central do CerradoWWF, Brasil Núcleo do PequIFNMG (Arinos-MG), Rede Combaru (UFG) e Flora do Cerrado: @floradocerrado. “Então hoje existe o GT do Baru, nós trabalhamos com vários órgãos e pessoas unidas na tentativa de popularizar o baru ”, concluiu.

 Assista a entrevista completa 

*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado



José Albuquerque*
JA
postado em 07/03/2025 19:31 / atualizado em 12/03/2025 14:37
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