Dados de satélites das missões GRACE e GRACE-FO mostram que, após perder 142 gigatoneladas por ano (2011–2020), a Antártida ou a ganhar 108 gigatoneladas anualmente.
O fenômeno acabou causando uma compensação temporária de 0,3 mm/ano na elevação do nível do mar.
A recuperação foi mais significativa foi nas bacias de Wilkes Land e Queen Mary Land, onde geleiras antes instáveis (como Totten e Denman) apresentaram sinais de melhora.
No entanto, cientistas alertam que o fenômeno pode ser temporário, impulsionado por anomalias na precipitação (variações naturais) e não por uma reversão das mudanças climáticas.
Em 2024, os ganhos cessaram, e os níveis de gelo retornaram aos patamares de 2020, indicando que o evento foi ageiro.
A Antártida continua sendo crucial para o equilíbrio hídrico global, e sua sensibilidade a oscilações climáticas reforça a necessidade de monitoramento contínuo.
A Antártida desempenha um papel crucial na regulação do clima global. Sua vasta camada de gelo reflete grande parte da radiação solar de volta ao espaço, ajudando a manter a Terra mais fria.
Além disso, as correntes oceânicas que partem do continente antártico distribuem nutrientes e regulam a temperatura dos oceanos, influenciando sistemas climáticos no mundo todo.
O aumento das temperaturas atmosféricas e oceânicas tem acelerado o derretimento das geleiras, principalmente na Antártida Ocidental, onde a base de algumas camadas de gelo está abaixo do nível do mar.
Esse processo contribui diretamente para a elevação do nível do mar, ameaçando populações costeiras ao redor do mundo.
Além disso, o degelo pode liberar gases de efeito estufa retidos no gelo, como metano, agravando ainda mais a crise.
Espécies como pinguins e krill — base da cadeia alimentar marinha — estão perdendo habitat, com impactos em ecossistemas globais.
No início de maio, uma foca-caranguejeira (Lobodon carcinophagus), espécie típica da região subantártida e antártida, foi avistada no litoral sul de Santa Catarina.
O animal foi encontrado pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e acompanhado pelo Laboratório de Zoologia da Udesc.
Segundo os cientistas, a presença da foca provavelmente era parte de uma migração temporária, já que a região tem pouca oferta de krill, seu alimento principal.
Dias depois do avistamento da foca, o local, que havia sido isolado pelo PMP-BS, foi encontrado com marcas de vandalismo.
Placas informativas foram destruídas, os ferros de delimitação furtados e marcas de pneus foram encontradas no local onde a foca descansava, indicando manobras de veículos próximas ao animal.
Após o episódio, ocorrido entre os dias 15 e 16/05, a foca não foi mais vista. O PMP-BS lamentou o ocorrido, denunciando o risco à vida selvagem e o desrespeito ao trabalho de conservação.