Pedro Henrique Krambeck, estudante de veterinária, criava serpentes exóticas — incluindo uma naja kaouthia — em seu apartamento no Guará, DF, o que é proibido por lei no Brasil
Pedro foi picado pela naja enquanto realizava a limpeza do terrário, em julho de 2020. O veneno quase o matou. Ele foi socorrido e ficou em coma por dois dias
Doses de soro específico contra o veneno da naja foram trazidas do Instituto Butantan, SP. Na época, havia apenas uma dose disponível no Brasil
Um amigo de Pedro, Gabriel Ribeiro recolheu as cobras do apartamento de Pedro e as distribuiu em locais da cidade, numa tentativa de ocultar provas
Gabriel abandonou a naja perto de um shopping no Lago Sul. O animal foi recolhido por uma equipe da Polícia Militar Ambiental
A partir do resgate da naja, a Polícia Civil do DF iniciou investigações sobre tráfico de animais exóticos
A polícia resgatou 16 cobras em um Núcleo Rural de Planaltina, todas ligadas a Pedro
Gabriel Ribeiro foi preso em 22 de julho de 2020. Pedro Krambeck foi preso em 29 de julho, ambos por tentativa de obstrução das investigações
Pedro e Gabriel foram soltos poucos dias depois das prisões preventivas
Além de Pedro e Gabriel, também são réus: a mãe de Pedro, Rose Meire dos Santos (advogada); e o padrasto, Clóvis Eduardo Condi (tenente-coronel da PMDF)
A Polícia Civil concluiu as investigações e encaminhou o inquérito ao MPDFT, que denunciou os envolvidos pelos crimes investigados. O Tribunal de Justiça do DF aceitou a denúncia e abriu ação penal contra os acusados
A naja foi levada ao Instituto Butantan, em São Paulo, onde virou celebridade, sendo batizada de Nadja e ganhando espaço no Museu Biológico da instituição
A serpente virou meme nas redes sociais e chegou a protagonizar um ensaio fotográfico
Em maio de 2023, Pedro falou por mais de 20 minutos na audiência, negando envolvimento com tráfico e assumindo sozinho a responsabilidade pelas cobras
A defesa tentou um Acordo de Não Persecução Penal, mas o juiz Manoel Franklin Carneiro negou o pedido por considerá-lo tardio e inadequado diante da gravidade dos crimes
O MPDFT se manifestou contra o acordo por causa da pena mínima superior a 4 anos e da gravidade reiterada das infrações
Os réus respondem ao processo em liberdade, e o caso aguarda sentença judicial. A cobra Nadja permanece no Instituto Butantan
Com humor ácido, o perfil @najaoriginal viralizou nas redes com piadas sobre o caso da cobra. O autor nunca se identificou. O perfil foi desativado
A conta fazia postagens com memes e críticas ao tráfico de animais. A descrição dizia: 'Soltarei verdades com MUITO veneno'